Agora

GILMO MENDES

13:00 - 15:00

Notícia

Rússia cumpre ameaça e suspende o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos a p

Previsão da ONU é de que preços voltem a disparar, assim como a insegurança alimentar global.
Rússia cumpre ameaça e suspende o acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos a p
g1

A Rússia enfim concretizou a ameaça de suspender o acordo que permitiu à Ucrânia, arrasada pela guerra, exportar, no último ano, 32 milhões de toneladas de grãos por meio de um corredor humanitário no Mar Negro. Mediado pela ONU e pela Turquia, o pacto expiraria nesta segunda-feira (17), quando o Kremlin anunciou que interromperá a sua participação, desferindo um duro golpe em agricultores ucranianos e também em países que lutam contra a fome.

Era esperado que a Rússia pularia fora do acordo, apesar dos apelos sistemáticos da ONU e agências de ajuda humanitária. O presidente Vladimir Putin vinha dando sinais de que não via benefícios no acordo e reivindicava que o banco agrícola estatal da Rússia – o Rosselkhozbank – fosse readmitido no sistema de pagamentos SWIFT. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enviou uma proposta contemplando uma subsidiária do banco, mas não recebeu resposta.

As sanções ocidentais, conforme alegou o presidente russo, impediam as exportações de alimentos e fertilizantes. Além disso, segundo ele, os grãos não chegavam aos países pobres. “Basta!”, reclamou Putin em uma entrevista na semana passada, num indício de que interromperia o pacto.

A ONU rechaça tais argumentos e assegura que o acordo atendeu a ambas as partes e reduziu globalmente os preços dos alimentos em mais de 20%. Partiu da Holanda uma análise básica da decisão anunciada pelo Kremlin. “É totalmente imoral que a Rússia continue a usar alimentos como armas”, resumiu o chanceler Wopke Hoekstra.

A consequência mais imediata é que os preços dos grãos voltarão a disparar, como ocorreu no início da invasão russa à Ucrânia, quando seus navios de guerra bloquearam os portos, impedindo a passagem de 20 milhões de toneladas de produtos.

Dados da ONU mostram que o acordo ajudou a fornecer grãos para 45 países em três continentes: 46% para a Ásia, 40% para a Europa Ocidental, 12% para a África e 1% para a Europa Oriental. Países como Afeganistão, Sudão, Djibouti, Etiópia, Quênia, Somália e Iêmen, castigados pela insegurança alimentar, foram beneficiados com 725 mil toneladas de trigo ucraniano, por meio do Programa Mundial de Alimentos.

 
A premissa básica do acordo firmado há um ano e renovado três vezes pela Rússia era de que os navios ucranianos que trafegassem por este corredor marítimo não seriam atacados. Nos dois últimos meses, o número de embarques caiu, e a Ucrânia, considerada o celeiro do mundo, acusou a Rússia de atrasar as inspeções. A decisão anunciada pelo Kremlin nesta segunda-feira confirmou o fim da linha para o pacto de grãos no Mar Negro.
 

Comentários

Últimas notícias

20 Out
Mundo
Conheça o hotel do PR que superou o Copacabana Palace

Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu, recebeu pontuação máxima em novo guia de turismo

20 Out
Mundo
Estado de saúde de advogada que salvou família de incêndio em apartamento no PR é gravíssi

Boletim foi atualizado na manhã desta segunda-feira (20).

20 Out
Mundo
Primeira morte por intoxicação de metanol no Paraná ocorre em Foz do Iguaçu

Homem de 55 anos morreu no dia 14 de outubro. Segundo óbito, na mesma cidade, está em investigação.

Esse site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar o acesso, você concorda com nossa Política de Privacidade. Para mais informações clique aqui.